Príncipe Maximilian zu Wied-Neuwied

Grupo de Camacãs na floresta, 1820

Grupo de Camacãs na floresta, 1820
Grupo de Camacãs na floresta, 1820

Imaginar o Brasil

Príncipe Maximilian zu Wied-Neuwied

Grupo de Camacãs na floresta, 1820

Grupo de Camacãs na floresta, 1820
Grupo de Camacãs na floresta, 1820

Imaginar o Brasil

Ao contrário do que preconizou durante muito tempo a historiografia nacionalista, nenhuma nação é dada por natureza ou determinada pela composição étnica do seu povo. As nações são comunidades imaginadas, e toda nacionalidade é fundada em premissas que incluem uns e excluem outros a partir de critérios discutíveis. Essa verdade se evidencia nas representações do Brasil geradas por artistas e escritores germânicos no século XIX. No confronto com lugares e modos de vida em tudo diferentes dos seus, viajantes oriundos de culturas e países, diversos entre si e que viviam conflitos seculares, passaram a perceber o quanto tinham em comum. Para os imigrantes que vinham para ficar, permanecer no Brasil pressupunha forjar novas identidades, mesmo que fosse apenas para se agarrar à nostalgia do que haviam deixado para trás.

Foi na circulação internacional de livros, estampas, panoramas e álbuns de vistas que se firmou a contraposição entre uma Europa civilizada e o suposto exotismo do resto do mundo. O imaginário que se formou da natureza tropical, selvagem e indomável, passou a se contrapor a uma ideia de domesticidade e civilidade, elevadas a emblemas de pertencimento cultural.

Georg Heinrich von Löwenstern (Barão de Löwenstern)

Floresta com lavadeira, s/d

Sépia sobre papel, 30 x 22,5 cm
Coleção Geyer – Museu Imperial/Ibram/Secult/MTur

A concepção da vida europeia como normativa impactou também o público brasileiro, que consumia esses mesmos produtos culturais. O olhar de fora oferecia uma lente para os brasileiros que quisessem enxergar a imensidão do Brasil. Assim, a parcela mais abastada da população brasileira veio a perceber seu próprio país a partir de pressupostos e preconceitos distantes da experiência vivida.

Retratos da vida da corte

Exposição O Olhar Germânico na Gênese do Brasil

Curadoria Maurício Vicente Ferreira Júnior e Rafael Cardoso

De 22 de maio a 29 de outubro de 2022

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