Johann Moritz Rugendas

Jogo de capoeira, s/d

Jogo de capoeira, s/d
Coleção Geyer – Museu Imperial/Ibram/Secult/MTur

Olhar a Gente Brasileira

Johann Moritz Rugendas

Jogo de capoeira, s/d

Jogo de capoeira, s/d
Coleção Geyer – Museu Imperial/Ibram/Secult/MTur

Olhar a Gente Brasileira

Com sua sensibilidade para o que nem todos queriam enxergar, os artistas do século XIX registraram o cotidiano de uma sociedade ainda imersa nas perversas relações em torno da escravidão. Nem somente de comendadores e dignitários era formada a população do Brasil imperial. O lado menos vistoso da moeda era a massa de gente escravizada, onipresente nas paisagens, nas ruas, nos ambientes retratados nos quadros que compõem esta sala. Movidos pela estranheza que a vida brasileira despertava aos seus olhos, artistas e viajantes estrangeiros exerceram papel determinante ao chamar a atenção para a condição das pessoas submetidas a esse infeliz destino. Foram eles os primeiros a mostrar ao mundo aquilo que a boa sociedade da época preferia fingir não ver.

Duas grandes perspectivas condicionaram o olhar germânico sobre as populações afrodescendente e indígena no Brasil. A primeira foi o abolicionismo que, embora menos discutido nos países de língua alemã do que na Grã-Bretanha ou na França, dominou sensibilidades europeias desde as primeiras décadas do século XIX.

Georg Heinrich von Löwenstern (Barão de Löwenstern)

Viajante a Cavalo, s/d

Sépia sobre papel, 11,6 x 10,5 cm
Coleção Geyer – Museu Imperial/Ibram/Secult/MTu

A segunda foi a curiosidade etnográfica, que engendraria esforços de classificação racial, embasados por um racismo pseudocientífico. As obras de Thomas Ender, Johann Moritz Rugendas e o Barão de Löwenstern, entre outros artistas, se equilibram no conflito entre essas perspectivas, temperado pelo gosto romântico do pitoresco. A tensão entre tais forças faz delas um rico manancial para compreender a formação da gente brasileira, assim como o modo como o país era percebido no restante do mundo.

O olhar do colecionador

Exposição O Olhar Germânico na Gênese do Brasil

Curadoria Maurício Vicente Ferreira Júnior e Rafael Cardoso

De 22 de maio a 29 de outubro de 2022

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